Recentemente,
os viseenses receberam uma notícia que a todos deve encher de orgulho: "Viseu
é a cidade com melhor qualidade de vida."
Efectivamente,
Viseu é uma cidade que oferece aos seus habitantes uma boa qualidade de vida,
independentemente dos critérios subjacentes à atribuição do primeiro lugar.
A
honestidade intelectual obriga a reconhecer a organização urbanística, a
qualidade e a boa manutenção dos espaços públicos, bem como a segurança que é
oferecida aos munícipes, apesar do aumento da criminalidade que se tem vindo a
registar.
Se
associarmos às evidências, acima enunciadas, o anúncio de que a autarquia, no
que concerne ao exercício de 2011, obteve cinco milhões de euros de lucro,
poderemos ser levados a pensar que o éden já esteve mais longe da cidade de
Viriato.
Todavia,
obviamente, não há cidades perfeitas, não há municípios perfeitos, não há gestão
perfeita. Não há bela sem senão…
Há,
de facto, alguns "pontos negros" que teimam em despontar no
horizonte e que devem merecer a nossa atenção e pro-actividade.
1.
Escasseiam projectos e soluções que contribuam para a captação de
investimentos e para a fixação de novas empresas geradoras de riqueza e de
postos de trabalho. Há concelhos limítrofes que têm vindo a denotar uma maior
capacidade de atracção de alguns investimentos que vão surgindo no distrito.
Uma observação atenta dos parques industriais, infraestruras potenciadoras de
geração e fixação de riqueza por excelência, encontram-se desvirtuadas e
ocupadas, na sua esmagadora maioria, por comércio e serviços.
2.
O sector comercial tem registado, fruto de políticas erráticas de
abertura de grandes superfícies ad hominem, uma crise avassaladora que
leva ao encerramento, em catadupa, de estabelecimentos do comércio designado
tradicional.
Viseu
beneficiou, em larga escala, do sacrossanto paradigma do "cimento" e
potenciou a migração das populações das zonas rurais e de concelhos vizinhos.
Contudo, caso não sejam adoptadas nova políticas, corremos o risco de nos
tornarmos uma cidade, além das rotundas, dormitório, uma vez que não são
gerados postos de trabalho, obrigando os residentes a procurar trabalho noutros
locais. Neste sentido, importa também não descurar, e ponderar muito bem, o que
fazer para estancar uma nova demanda de emigração como não se via há muitos
anos.
O
nível de impostos, em Viseu, já atingiu o seu limite há muito tempo, uma vez que são aplicadas das taxações e contribuições mais
elevadas do país aos seus munícipes. Devemos pugnar, incessantemente, por uma
política fiscal selectiva, competitiva e favorável à família, à empresa e ao
trabalho.
É,
na nossa óptica, um paradoxo, dificilmente explicável, que uma autarquia que
"vende saúde", do ponto de vista financeiro, continue a onerar tanto
as nossas gentes. Assim, consideramos que é imperativa uma revisão de impostos
municipais como, por exemplo, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a
Derrama. Estas revisões, em baixa, poder-se-ão considerar bons estímulos à
economia local e uma preciosa ajuda ao "desafogo" das famílias que, a
cada dia que passa, sentem mais dificuldades em fazer face às solicitações do
quotidiano.
Paralelamente,
devem ser reforçados os apoios sociais às famílias e potenciados os laços de
solidariedade com as organizações do terceiro sector, independentemente da
matriz fundacional e missão específica a que se propõem, através da celebração
de protocolos transparentes e que obedeçam a regras e critérios bem definidos,
no que concerne às candidaturas e selecção.
Impõem-se,
cada vez mais, políticas alicerçadas nos princípios democrata cristãos que
promovam uma sociedade mais inclusiva e humanizante, consubstanciada na ÉTICA
NA AUSTERIDADE.
A
Comissão Política Concelhia de Viseu do CDS PP
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